Quero viver

Para uma cultura da vida é necessário lutar... Acima de ser uma questão Religiosa, é uma questão humana...

Saturday, October 28, 2006

Diário de um bebé que está por nascer


5 de Outubro: Hoje começa minha vida, meu pais ainda não sabem. Sou tão pequena quanto uma semente de maçã, mas já existo e sou única no mundo e diferente de todas as demais. E, apesar de quase não ter forma ainda, serei uma menina. Terei cabelos loiros e olhos azuis, e sei que gostarei muito de flores. Os cientistas diriam que tudo isto já tenho impresso no meu código genético.

19 de Outubro: Cresci um pouco, mas ainda sou muito pequena para poder fazer algo por mim mesma. A mamã faz tudo por mim. Mas o mais engraçado é que ainda não sabe que existo, precisamente debaixo de seu coração, alimentando-me com seu próprio sangue.

23 de Outubro: Minha boca começa a tomar forma. Parece incrível! Dentro de um ano, mais ou menos, estarei rindo, e mais tarde já poderei falar. A partir de agora sei qual será minha primeira palavra: Mamã: Quem se atreve a dizer que ainda não sou uma pessoa viva? É claro que sou, tal como a diminuta migalha de pão é verdadeiramente pão.

27 de Outubro: Hoje meu coração começou a bater sozinho. De agora em diante baterá constantemente toda minha vida, sem parar para descansar. Então, depois de muitos anos, sentirá cansaço e irá parar e eu morrerei de forma natural. Mas agora não estou no final, e sim no começo da minha vida.

2 de Novembro: A cada dia cresço um pouquinho, meus braços e pernas estão a tomar forma. Mas quanto terei de esperar até que minhas perninhas me levem correndo para os braços da minha mãe, até que meus braços possam abraçar meu pai!

12 de Novembro: Nas minhas mãos começam a formar alguns pequeninos dedos. É estranho como são pequenos; contudo, como serão maravilhosos! Acariciarão um cachorrinho, lançarão uma bola, irão recolher flores, tocarão outra mão. Talvez algum dia meus dedos possam tocar violino ou pintar um quadro.

20 de Novembro: Hoje o médico anunciou a minha mamã pela primeira vez, que eu estou a viver aqui debaixo do seu coração. Não se sentes feliz mamã? Logo estarei nos teus braços!

25 de Novembro: Meus pais ainda não sabem que sou uma menina, talvez esperam um menino. Ou talvez gémeos! Mas dar-lhes-ei uma surpresa; quero me chamar Catarina, como minha mãe.

13 de Dezembro: Já posso ver um pouquinho, mas estou rodeada ainda pela escuridão. Mas logo, os meus olhos se abrirão para o mundo do sol, das flores, e dos sonhos. Nunca vi o mar, nem uma montanha, nem mesmo o arco-íris. Como serão na realidade? Como é você, mamã?

24 de Dezembro: Mamã, posso ouvir teu coração bater. Tu podes ouvir o meu? Lup-dup, lup-dup..., mamã devias ter uma filhinha saudável. Sei que algumas crianças têm dificuldades para entrar no mundo, mas há médicos que ajudam as mães e os recém nascidos. Sei também que muitas mães teriam preferido não ter o filho que levam no ventre. Mas eu estou ansiosa para estar nos teus braços, tocar o teu rosto, olhar nos teus olhos, esperas-me com a mesma alegria que eu?

28 de Dezembro: O que está a acontecer? O que estão a fazer? Mamã, não deixes que me matem! Não, não!

Mamã, por que permitiste que acabassem com minha vida? Teríamos sido tão felizes...

19 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Parabéns por ter escrito um texto tão lindo,que muito fará pensar(assim o espero...).

9:58 AM  
Blogger PDivulg said...

Tenho reflectido bastante sobre o assunto, e já li diversas opiniões e a questão do referendo é sobre se a mulher que efectua um aborto comete ou não um crime. E no Jornal de Leiria do dia 26/10 vem lá a opinião de uma Padre que dá uma opinião em que defende não ser crime...
Mas não é crime matar ou mandar matar um ser vivo? Se for preciso condena-se alguém por tratar mal um animal no entanto o ser humano, só porque ainda ninguém o viu já poderia ser eliminado impunemente?!... Para mim sem dúvida é crime para a mãe e para o pai que o fez!

1:50 AM  
Blogger nahar said...

pena que esse padre seja padre entao...vir defender essa opinião para a praça pública quando tem responsabilidades em Igreja...

3:09 AM  
Blogger joaquim said...

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas dez primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?
Apesar de não ter decidido a minha orientação de voto, acima de tudo deve respeitar-se a pessoa. A primeira questão que se coloca no aborto é compreender a pessoa, que por vezes, fá-lo como último recurso. Ninguém faz um aborto porque gosta, pois tem consequências enormes para a sua consciência. Votar sim ou não, preciso de me esclarecer melhor e compreender a pergunta. Uma coisa é não criminalizar o aborto e outra é torná-lo livre. Sou a favor da despenalização do aborto, mas contra a liberalização do aborto, porque poderá assumir uma posição sem regras.
David Barreirinhas,
padre, Leiria"

caros pdivulg e Nuno
É este penso eu o texto a que pdivulg se refere.
O padre David Barreirinhas, que não conheço pessoalmente, nem me passou "procuração", não diz, salvo melhor opinião, que o aborto não é crime. O que ele diz é que é contra a penalização e aqui entram os homens do direito com a discussão de que não havendo penalização não há crime e se houver crime tem de haver penalização.
Não me parece ser intenção deste sacerdote dizer que não há crime mas apenas, que não deve haver pena. Discutivel, mas enfim.
Parece-me mais grave que ainda não tenha decidido o seu sentido de voto, (embora à luz do que foi dito atrás "possa ter justificação"), bem como as razões para ser contra a liberalização do aborto: não é pela vida, mas sim pelo que a liberalização possa revestir.
Já dei entrevistas a jornais e sei bem que muitas vezes aquilo que dizemos, não é aquilo que eles escrevem, por isso concedo o benificio da dúvida.
Volto a repetir que não conheço este sacerdote, mas que analiso assim as suas palavras por me parecer impossivel que um Padre, vote em qualquer ciscunstância sim ao aborto.
Concordo inteiramente com o pdivulg que não faz sentido condenar uma pessoa que matou um touro, ou a andorinha não sei quantas, e não condenar quem mata uma vida humana em tudo igual a nós.
Abraço em Cristo

8:12 AM  
Blogger Cingab said...

Cá estarei para vos lêr
Eu não voto!

11:13 AM  
Blogger PDivulg said...

Infelizmente é uma verdade que os jornalistas por vezes manipulam o Português de modo a que aquilo que não foi dito aparenta ser o que se afirmou... E talvez seja o caso.
Quanto a "aqui entram os homens do direito com a discussão de que não havendo penalização não há crime e se houver crime tem de haver penalização." Mas nesse campo o nosso catecismo é muito explicito nomeadamente no 2266 "Assim, a pena, além de defender a ordem pública e de tutelar a segurança das pessoas, tem um objetivo medicinal: na medida do possível, deve contribuir à correção do culpado." Segundo interpreto sem pena não há culpa e como tal não há crime... Mas se se destroi um bébé com 10 semanas não é morte?...

1:10 AM  
Blogger joaquim said...

Totalmente de acordo, caro pdivulg: É um crime e um crime grave porque é feito contra alguém que não se pode defender, um inocente, com tudo o que esta palavra significa.
Abraço em Cristo

8:04 AM  
Anonymous Anonymous said...

"A dor do amor é tão forte quanto a dor do parto, porque deste nasce a vida, assim como do amor nasce a vontade de continuar a viver" de autor desconhecido

3:35 PM  
Blogger nahar said...

Olha gustavo silva so um pequeno apontamente...esta é aminha visão e a linha luta como a de muitos outros irmãos que sao pela vida...

Chamo-me Nuno e não "Sr. projecto de padre" peço desculpa mas não me podia calalr perante este "nome"

10:16 AM  
Anonymous Anonymous said...

Que engraçado, nós próprios escrevemos um texto muito semelhante, aqui há uns anos. Aconselhamos também, vivamente, a prequela: Diário de um Espermatozóide Derramado. Tal como este, termina com uma frase comovente: "Papá, papá, por que permitiste que fosse absorvido por este lenço de papel? Teríamos sido tão felizes, eu e o óvulo..."

11:50 AM  
Anonymous Anonymous said...

manito,
sou pelo sim à Vida, mas às vezes parece que se tem que optar, ou pela vida da mãe, ou pela vida do filho. Tomara que Ele ilumine todas essas mulheres e conforte sua alma e consciência. Julgo que chamada a referendo, também ficarei silenciada, entregando apenas nas Suas mãos, o destino de cada ser.
Um abraço em Espiral

3:04 PM  
Anonymous Anonymous said...

Achei este Blogue muito interessante

Tomei a liberdade de o adicionar ao meu Blogue. Espero que não se importem.

Sugiro que visitem

http://violada_mas_nao_
vencida.blogs.sapo.pt/6198.html

Bem hajam

Alexandra Caracol

4:14 AM  
Anonymous Anonymous said...

Mais umas lágrimas derramei ao ler o diário que tu escreveste. Este é um tema que me deixa muito muito triste e convenço-me cada vez mais que o mundo (ou nós humanos) é mto injusto...uns "destroiem a vida" e eu que queria tanto o meu bebé aqui comigo não o tenho...talvez quem cometa um aborto se tivesse passado pelo que passei nunca mas nunca lhe passaria semelhante acto pelo pensamento...
Abraço forte

1:50 PM  
Anonymous Anonymous said...

Deixamos esta sugestão do nosso grupo cívico: um tema composto pela Banda Jota de Apoio à vida. Visitem para ouvir:

http://guardavida.blogspot.com

4:26 PM  
Anonymous Anonymous said...

Este diário é absolutamente ridículo. Em que mundo vivem vocês.

2:19 PM  
Blogger nahar said...

pena catarina teres um espirito tao tacanho e fechado...pelo menos aceita a opçao pela vida que tomamos...nao sei quem tera entao uma mentalidade tacanha aqui...peço desculpa pelas palavras rudes e fortes mas penso que por vezes tem que ser assim...

2:34 PM  
Blogger KNOPPIX said...

Dia 11 de Fevereiro, irei votar "NÃO", à pergunta que vai ser formulada aos Portugueses, feita com o recurso a uma linguagem dúbia, confusa e que permite que as pessoas menos informadas nem sequer saibam aquilo a que estão a responder.
Fixar as 10 semanas de gestação, como a barreira para a admissibilidade nua e crua do Aborto, em Portugal, a pedido da mulher, só pode merecer o meu repúdio, por partir da premissa que, por qualquer motivo ou sem ele, o Aborto passe a ser uma rotina ou algo "normal", no dia-a-dia dos Hospitais Portugueses, que se debatem com Listas de Espera extensas, falta de meios humanos e técnicos e terão de arranjar "espaço e tempo" para destruirem vidas inocentes, a pedido...
Eu defendo o "NÃO", porque a VIDA é um valor que não tem preço e tem de ser defendido, não se pode filosoficamente dizer que a VIDA só existe a partir do momento "x" ou "y"; a VIDA é um processo que se inicia com a fecundação do óvulo e que só termina com a morte do ser vivo.
A VIDA não pode friamente ser compartimentada, considerando-se que a mesma só mereça a tutela jurídica a partir de determinado momento (pretendem que esse momento passe a ser as 10 semanas de gestação).
Os defensores do SIM argumentam que a pergunta do Referendo parte das 10 semanas de gestação, porque "estudos" apontam que a maior parte dos Abortos (cerca de 70%) ocorrem até essa altura e se o Aborto for liberalizado até esse período temporal, combate-se o aborto clandestino e dá-se a oportunidade de a mulher não correr riscos com a sua saúde, fazendo a I.V.G. num estabelecimento de saúde, com todas as condições...
Este argumento é errado e tremendamente egoista, uma vez que só abarca um dos lados da questão e não defende a vida intra-uterina, como vida autónoma do corpo da mulher bem como não resolve o problema do aborto, atacando a sua génese, as suas causas.
Despenalizar o Aborto até às 10 semanas, é adiar o problema, porque não o resolverá, pelo contrário, nos países onde o mesmo foi liberalizado, o Aborto aumentou exponencialmente.

Se a despenalização é a solução, qualquer dia também teremos um Referendo para despenalizar o consumo das drogas, argumentando que assim se resolve o problema do tráfico...
O Aborto representa o fim provocado da vida de um feto, tão simples como isso.
O que vai estar em causa neste Referendo, não é uma "interrupção voluntária da gravidez" mas sim o "termo voluntário da gravidez a pedido da mulher".
A mulher não está a dispor do seu próprio corpo, porque o feto não é uma mera extensão do corpo da mulher, a mulher quando decide abortar, não está a dispor do seu corpo, mas do corpo de um outro ser vivo; isso ninguém pode refutar, porque é um facto indesmentível.
Outra falsa questão, muito esgrimida pelos defensores do SIM, é que a descriminalização do Aborto é a forma de evitar que as mulheres continuem a ir para a prisão, sujeitas ao vexame de um julgamento e à exposição pública da sua vida.
Este argumento do SIM é falacioso, uma vez que se o aborto se realizar a partir das 10 semanas, continuará a constituir um crime e como tal, nada se altera nesse sentido, com este Referendo.
Também gostaria que os defensores do SIM me dissessem quantas mulheres estão ou estiveram na prisão, por terem feito um Aborto...
Eles esquecem-se que a culpa é um factor determinante na atribuição da pena e que existem causas que excluem a ilicitude do acto... Se calhar não convém dizer à Opinião Pública que nas prisões portuguesas não se encontra nenhuma mulher por ter cometido um Aborto até às 10 semanas de gestação...
Isso não impede que o Aborto seja um acto ilícito, porque rouba a vida a um ser vivo, sendo por isso em si mesmo condenável e merecendo a reprovação da generalidade das pessoas.; a sua eventual despenalização, caso o SIM saia vencedor, tendencialmente tornará o Aborto um acto "normal", perderá a sua carga negativa e com isso o efeito dissuasor que obsta à sua prática.
Também constitui um facto indesmentível que a liberalização do aborto provocou o seu aumento brutal, nos países em que o mesmo teve lugar: as estatísticas demonstram isso mesmo, basta ver, por exemplo, o que sucede na vizinha Espanha, na Inglaterra ou nos Estados Unidos da América...
Portugal é um país que tem assistido a quebras sucessivas na taxa de natalidade nos últimos 30 anos e não estou a ver o nosso país, caso o SIM seja vencedor e a quebra nos nascimentos continue a aumentar, a seguir o exemplo da Alemanha, que tenta combater a baixa natalidade oferecendo 25.000 euros por cada filho que os casais decidam ter)...
Estima-se que ano passado, tenham sido feitos mais de 16.000 abortos em Portugal... 16.000 vidas humanas a quem não foi dada uma oportunidade, um futuro...
As pessoas mobilizam-se e ficam chocadas, quando nos noticiários passam notícias de maus tratos a menores... Mas esquecem-se da brutalidade que preside a cada Aborto que se faz em Portugal, se calhar porque são vítimas sem rosto, sem nome, sem memórias...
Regra geral, no Aborto existem sempre duas vítimas... Uma que sobrevive e outra que morre...
Desde 1998, o Aborto Clandestino matou 4 mulheres em Portugal: é dramático isso ter acontecido, mas mais dramático é saber que nesse mesmo período temporal, estima-se terem morrido em Portugal entre 12.000 a 16.000 fetos, por ano... Façam as contas...
Caso o SIM vença, o Aborto poderá ser feito a pedido da mulher, até às 10 semanas de gestação; será que queremos tornar os nossos hospitais em matadouros de fetos, em que se façam Abortos em série, como um normal acto médico?
Este cenário já mereceu o repúdio de muitos médicos, que afirmaram que caso o SIM vença, pura e simplesmente se recusarão a praticar Abortos, excepto nos casos excepcionais previstos pelo seu Código Deontológico, alegando razões éticas.
Liberalizar o Aborto não é resolver o seu problema. Esse é o caminho mais fácil e o que menos trabalho custa a fazer.
A luta contra o Aborto Clandestino é uma questão de Saúde Pública, liberalizar o Aborto é demitir o Estado das suas responsabilidades nesse campo, porque não combate as causas do Aborto: mais e melhor educação sexual, maior informação e acesso a métodos de contracepção, existência de gabinetes de planeamento familiar em todos os Centros de Saúde com pessoas devidamente formadas nessa área, apoio à Maternidade e à Infância, menor burocracia nos processos de Adopção, seriam alguns dos aspectos a merecer atenção no combate e repressão do Aborto.
Dia 11 de Fevereiro, podemos dar o primeiro passo nesse caminho, ao defendermos a vida intra-uterina, podemos fazer de Portugal um país pioneiro na defesa das suas Mães e das suas Crianças...
Simplesmente basta dizer NÃO ao Aborto...

4:46 PM  
Anonymous Anonymous said...

A VIDA É VIVA.
Vivemos dentro de uma inteligência maior.Deixemos, ELA decidir.
Não somos donos de nada... Nem da matéria , nem do Espírito.
PAZ para todos de boa vontade.

7:40 AM  
Blogger Paulo said...

Início da vida. Foi sempre o mistério entre a posição da Igreja e a posição do Direito. Afinal quando começa a vida....?
Abraço
Paulo Sempre

6:37 PM  

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